Um despertar para sonhos adiados
Quem sabe talvez um dia?
Esta é a frase que muitos de nós pensamos com a maioria dos nossos sonhos que gostaríamos de realizar. Agora não tenho tempo. Agora não tenho dinheiro. Agora tenho outras prioridades. A lista de desculpas é interminável, e os nossos sonhos, aquilo que sabemos que nos farão realmente felizes, continuam por realizar. Talvez um dia, quando, ou se…
Porque o sonhar é bom. Mas sonho sem uma data, um sonho sem uma acção, não passa disso mesmo, de ser simplesmente um sonho.
Vi há algum tempo, uma reportagem de uns enfermeiros que trabalhavam em cuidados paliativos, e que comentavam que os maiores arrependimentos das pessoas em final de vida, não são sobre as coisas que fizeram, mas sim, sobre as coisas que deixaram por fazer.
Confesso que isto me fez pensar um pouco… porque naquele momento ali, já é mesmo tarde demais. Mas agora ainda não é, agora ainda é possível irmos atrás dos nossos sonhos.
Mas o que é que nos impede? O que é que te impede?
Os motivos podem ser muitos, embora na maioria das vezes, sejam tão simplesmente desculpas que nós próprios encontramos e damos como certas, como sendo impossíveis de ultrapassar. Lá vem a palavra “impossível” que deveria deixar de existir no nosso vocabulário, nos teus pensamentos. Para tudo, há sempre uma possibilidade, há sempre uma alternativa, há sempre uma forma de contornar qualquer situação ou desafio. Porque na realidade, na maioria das vezes, o que nos impede de começarmos, ou de continuarmos, os nossos sonhos são tão somente os nossos medos.
Mas até esses medos, podem também ser ultrapassados…
Um dos principais medos, é o medo do julgamento. O que os outros vão pensar de nós. Mas isso importa realmente? Estás a viver a tua vida ou a vida dos outros? Vais mesmo pôr a tua felicidade em causa, o teu bem-estar, porque pelas opiniões do que outras pessoas pensam? Pessoas essas, que possivelmente também terão muitos sonhos por realizar? Não faz sentido algum! Segue o que o teu instinto diz. Segue e ouve o teu coração, porque tudo resto não passa de meras opiniões.
Existe depois, o medo da incerteza. Se as coisas vão mesmo funcionar? Se estou a tomar as decisões certas? Mas em todas as decisões que tomaste tinhas todas as certezas? Tinhas todas as informações?
E podemos falar ainda do medo do desconhecido e de sairmos da nossa zona de conforto. O medo da mudança. Mas todos estes medos, são também desculpas e limitações que nós mesmos criamos. Porque aqui, só tens que ter a coragem de arriscar, porque sabes que no final vai valer a pena. Vai valer a pena quando te sentires realizado(a). É no desconforto, é fora da nossa zona de conforto, que crescemos, que evoluímos, e que somos mais. Não temos que estar sempre no mesmo sítio, e a fazer sempre as mesmas coisas. Olha só todo mundo de oportunidades que estás a deixar passar, para talvez um dia destes… para aquele momento perfeito. Aquele momento perfeito que não existe. Esse dia que aguardas, que depois pode ser um dia que é já tarde demais…
Mas talvez, o maior medo que nos impeça de dar o primeiro passo, seja o medo de falhar. De não conseguirmos. E na realidade, é mesmo verdade. Possivelmente iremos mesmo falhar. E se calhar, até vamos falhar muitas vezes. Eu já perdi a conta aos falhanços que vou acumulando, e na altura alguns custaram muito, doeram bastante mesmo. Mas falhar faz parte do caminho do sucesso.
A minha lista de falhanços é bastante longa. Não me orgulho dela, mas também não a escondo. Porque falhar, apenas me torna mais resiliente, mais preparada. Cada vez que caio, levanto-me e sigo. E se cair, levanto de novo. Aliás, de todas as vezes que caio, levanto sempre, mesmo machucada. Mas continuo. Levo mais tempo para chegar onde pretendo? Sem dúvida. Mas não tem problema. Chegarei mais forte, chegarei a meu tempo.
Tenho uma bateria na minha sala, para me lembrar de cada vez que lá entro desse sonho eternamente adiado. E este é apenas um deles, porque não sou diferente de ti. Ainda não comecei a tocar a bateria, é verdade (e já nem tenho desculpas), mas já comecei a escrever um livro, outro sonho há muito na gaveta. Algo pequeno, simples, mas que me está a servir para aprender e a não desistir. A consistência é fundamental e por isso, todos os dias me sento agora, para escrever pelo menos 1h30 a 2 horas. Podem sair duas linhas ou duas folhas. Mas coloquei na minha agenda, como uma das primeiras coisas que faço ao acordar, quando a minha criatividade está no auge.
Se precisei de ajuda? Claro que sim. Tenho um grupo numa mentoria que me acompanha. E vou precisar mais, porque embora tenha enfrentado parte dos meus medos, ainda tenho uma vozinha dentro de mim que me diz: deixa lá isso, não vais conseguir, isso não é para ti. E depois, até tenho outra que me diz, e se conseguires. Porque eu ainda tenho um outro medo: tenho o medo do sucesso. Curioso não é?
Por agora, quero deixar principalmente a mensagem para que não desistas.
E se necessário, para procurares ajuda. Alguém disse um dia que sozinho vais mais rápido, mas juntos vamos mais longe. Por isso, procura um grupo de pessoas que partilhem também dos teus sonhos, dos teus ideais. Tens que ser paciente também. As coisas levam o seu tempo até se concretizarem. Não ponhas as expectativas muito altas, para não te sentires frustrado(a), senão as conseguires logo alcançar. Sê realista e segue ao teu tempo. Ninguém te pressionará. Abre a tua mente ao desconhecido. Aprende com os erros, e tem compaixão por ti mesmo(a). Vão mesmo existir dias em que as coisas não irão funcionar, mas está tudo bem. Logo a seguir outro dia vem e desistir é que não pode ser logo a primeira opção.
Que sonhos andas constantemente a adiar?
Que sonho podes começar já hoje, de imediato, a concretizar?
Só dando, simplesmente, um primeiro passo.
Começa hoje, começa agora. Até podes começar pequeno, mas começa.
Não deixes para depois, para um dia mais tarde, senão sabe que vais continuar a adiar.
E um dia destes, pode ser já tarde demais.