as pessoas são incríveis…
No meio das lágrimas que corriam sem parar no rosto, esta foi a frase que ainda hoje não me sai da cabeça depois de ontem ter visto o filme “ A Baleia” (filme dirigido por Darren Aronofsky com Brendan Fraser, Sadie Sin, entre outros). Sem ser spoiler sobre o filme, que recomendo que todos vejam, foi um filme que me incomodou, que me ficou na mente e me fez reflectir sobre tanto na nossa sociedade. Sobre as capas que todos colocamos, sobre a interacção entre nós, sobre o quanto por vezes esquecemos o verdadeiro poder da empatia e principalmente de vivermos no presente, não deixando que o passado nos consuma o futuro.
Brendan Fraser ganhou um merecido Oscar de Melhor Actor numa excepcional interpretação de um professor gravemente obeso, que sofre física, emocional e espiritualmente pela sua incapacidade de lidar com acontecimentos passados, transformando isso num padrão e num caminho de autodestruição, embora com o objectivo de redenção por outro. Tudo se passa na simplicidade de um unico cenário, mas com uma carga emocional que nos supreende no inicio, mas que nos avassala no final. Sem rodeios.
mas afinal, que lições podemos tirar daqui?
(prometo que deixo apenas leves considerações para não desvendar nada do filme…)
a lição da hipocrisia de pedirmos aos outros sinceridade e autenticidade, quando não revelamos a nossa verdadeira essencia, quando nos mascaramos
a lição de nos nos vitimizarmos com um passado que já não conseguimos mudar, em vez de nos focarmos em alterarmos o presente, o unico momento em que temos controlo, para podermos criar um futuro que nos faça sentir bem
a lição de nos esquecermos o quanto a empatia e a compaixão devem fazer parte do nossa forma de estar, pois apenas assim nos conseguimos conectar verdadeiramente com os outros
a lição de procurarmos nos outros um perdão,quando nos continuamos a culpar e nada fazemos para nós mesmos mudarmos, procurando apenas uma pena alheia que nos conforte, ilusóriamente
a lição de nos esquecermos do quanto o preconceito pode ser destruidor, seja pela imagem que procuramos perfeita, seja pelas conformidades da sociedade que optamos por não seguir
Charlie procura redimir-se de um passado, procurando um perdão quando sente que a sua vida terá um final em breve. mas faz sentido? faz sentido guardarmos ressentimentos e não sermos simplesmente sinceros com quem magoamos? faz sentido prolongarmos situações apenas pelo orgulho? talvez não…